A TOQUE DE CAIXA
Pessoa Invisibilizada. Negra. Guardiã de Ancestralidades.
Curva-se o corpo que sustenta a máquina!
O espetáculo conta a história de um sobrevivente. Homem. Preto. Pobre. Catador de papelão. Seu ofício é de 16 horas por dia. Eis seu fardo. Está farto! Carrega, empurra, pega, levanta e cata caixa.
Mesmo com o corpo enquadrado, massificado, invisibilizado, encaixotado... Continua em trabalho... É preciso se manter de pé.
Em meio à cidade, patrões, caixas e papelões “ele” desperta sua identidade cultural, racial, social, humana... Ancestralidades. Eis a metamorfose e a revolução dos corpos. Eis a história de quando os corpos se levantam e param a máquina.
"De Manhã,
quando eu desço a ladeira
a nega pensa
que eu vou trabalhar
Boto meu baralho no bolso
Meu cachecol no pescoço
E vou pra Barão de Mauá
Trabalhar, trabalhar...
trabalhar pra quê?
Se eu trabalhar
eu vou morrer."